quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Faz de conta real

E agora vamos fazer de conta de aguentamos esta saudade que nos consome devagarinho
Dia a dia um suplicio distribuido por 24 horas, 1440 minutos , 86400 segundo...
Faz lá de conta que não te deitas cansado das horas que passas comigo às voltas por aí
E eu faço de conta que não acordo de manhã com o teu sabor ainda no corpo do encosto noite dentro
Confessa lá que fazes de conta que já não existe o meu lugar vazio...
na cama XXL onde dormes
no banho ainda ensonados com olhares de mimo
nos teu lábios o beijo repenicado de "até logo"
no olhar para atrás ainda com o rasto do beijo, a ver-me de costas
no telefonema sem assunto só para um carinho a meio do dia
na cozinhoa, a preparar o nosso jantar a dois
na companhia do copo de vinho, a relaxar
no sofá, enrroscados em lamachices, de mãos quentes e pés juntos...
Eu confesso que faço de conta que nem sequer me lembro de ti
quando escolho um vestidinho novo, que adorarias ver-me vestida
quando ponho a bandolete dos nossos passeios pelas ruas
quando ponho creme no corpo e não são as minhas mas as tuas mãos que o fazem
quando entro numa livraria e vou ver os livros que são tão teus
quando me sento horas num restaurante e na cadeira do lado estás tu de olhos em mim
quando conheço algo novo e é só a ti que queria mostrar
quando vou a algum lado por ti e não por mim
quando acordo e te digo bom dia baixinho

Vamos continuar neste faz de conta que faz de conta que nos faz felizes. Faz de conta que nos esquecemos, que o mundo é nosso em separado. Faz de conta que não falo contigo sem saberes. Faz de conta que sempre que o telemovel toque não penso que poderias ser tu. Faz de conta que quando és mesmo tu não fico com a boca seca, coração nas mãos e corpo a tremer. Faz também de conta tudo isto...

Faz de conta que fazemos de conta tudo isto e isto tudo.

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