terça-feira, 10 de novembro de 2009


E se eu te contasse a história de um pescador... desse ser que se faz acompanhar pela solidão da cana de pesca nas horas vagas dos dias. Sem tempo e com tempo a mais, sem rumo e com finalidades. Um estar por estar, numa espera sem esperar verdadeiramente nada. Admiro o olhar vaidoso e cansado, perdido... desses que saboreiam o mar até quase o enjoarem, mas nem o chegam a enjoar... porque já é um vicio de sobrevivência.

Sinto-me a ressacar das minhas horas vagas, de sair de casa sem rumo, sem pensamentos, sem destino... e deixar os mesmos pensamentos ausentes começarem a surgir e organizarem-se devagarinho... de máquina na mão, distraidamente a fotografar alguma coisa que me prendesse a atenção...ou simplesmente que achasse gira. Falta-me o tempo sem nada para fazer, das minhas coisas loucas, das minhas vontades inexplicáceis, dos meus sorrisos por nada, da excentridade, da paz... do jazz que mexe comigo, do copo de vinho a acompanhar a saudade. Das noites de futilidades, shot a shot, o corpo dormente e demasiado leve, levado para qualquer lado na loucura que apetece.

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