É tão fácil sentir desejo, voltades, sei lá... paixão. Paixões, olhares apaixonados, a garganta seca... até saudade. É fácil criar um espaço para alguém, bons momentos... dor de barriga... tudo isto é simples, acontece e multiplica-se. Desaparece e esquece-se... fazem-se sorrisos assim, lágrimas também, mas tudo numa base superficial... nada que uma boa noite de choro, uma tarde a ver filmes acompanhada de lenços de papel e gelado de chocolate não cure. Que um telefonema do melhor amigo não afague... e puff... tudo de novo e mais uma vez. Vai-se passando de paixão em paixão, desejo em desejo... noites de uma noite e noites de várias noites. Dias trocados, horas perdidas, sorrisos matinais a dois... e vai-se fazendo o tempo passar assim.
E depois?E o amor? Fica para depois.
O amor é assim, fica sempre para depois porque dá muito trabalho o amor. É demasiado dificil de conhecer, alimentar, tratar... é dificil té de encaixar, adaptar. Evita-se... porque no fim já se sabe o que acontece. Mas e se o amor não acontece? Ou acontece sem querer? Ou se não queremos que aconteça e já aconteceu? Ou se não deixamos que passe para amor? Não importa. O que importa é fugir do amor. Esquecer o amor. Fazer de conta que não há amor. Porque o amor é como quando se esquece alguma coisa, só se sabe depois da esquercer. O amor também só se conhece depois de já existir.