segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Ainda no meio da noite, encontro-me numa rua escura... nada a frente, nada atrás
Prédios, prédios, prédios
Carros parados à muito, como se naquele espaço nada seguisse ao ritmo do tempo que não pára
O nevoeiro como amigo principal, que dá a mão, que nos guia sem nenhum rumo
E sabe bem o ar virgem desta noite já cansada
Sabe bem a humidade que nos entranha no pescoço e percorre a pele suada pela solidão
Solidão que é rompida com o amanhecer e as vozes do costume num "bom dia", "olá", "boa tarde"... quase mecânico, quase sem sentido, que nunca espera resposta.
e troco o mecanicismo das pessoas pela solidão da noite que me apaixona e prende ao que nela existe
e arrepia-me a pele estar ali aquela hora... mas continuo a fazê-lo, pois é lá que estas mais perto de mim... que te sinto nem a centímetros
sinto o teu respirar
as tuas mãos nas minhas linhas... devagar quase a decora-las no desespero de chegar a manhã e eu já não estar ali
a tua boca perto, quente... como se me quisesses guardar o sabor
e juro que te toco, que te agarro, que dançamos como loucos no meio de uma estrada de solidão
a plateia a aplaudir e o mundo todo a nossos pés.
é manhã... fecha-se o mundo, acaba-se o som, volto para casa...devagar, com o corpo pesado, dorido de uma noite inteira contigo, durmo e volto a dormir.... logo viverei para ti de novo.

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