domingo, 12 de abril de 2009

Vá lá...

Vá lá, não percas o rasto de perfume que deixo atrás de mim. Vá lá, não percas as palavras que te falo sem pronunciar uma única letras. Vá lá, chega aqui um pouco mais perto, tão perto de mim e não percas o molde das minhas pernas, dos meus braços, dos meus pulsos, dos meus dedos, dos meus pés, dos meus lábios. Vá lá, não percas a saudade que pinto por aí, em telas sem abrigo, guardadas num quarto qualquer. Vá lá, não percas o sorriso que te abriga a alma e te beija a face. Vá lá, respira fundo e não percas a saudade da saudade. Não percas, o mapa do meu mundo onde traço cada passo e te dou numa caixa sem fechadura. Vá lá, não percas as formas do meu corpo nos lençois amarrotados que ficam depois de sair devagarinho. Não percas nem mais um olhar meu para o teu. Vá lá, não percas as manhãs ensonadas onde respiramos fundo o ar frio da manhã. Vá lá, não percas nem mais um ressaca a dois, depois de uma noite decomposta de amor. Não percas, nem mais um dia de um quarto desfeito de amor, depois dessa noite jamais perdida de compostos de amor. Vá lá, não percas mais esses banhos de espuma, entre sorrisos e afectos. Anda lá, não percas mais esse copo de vinho, largo, quente, tinto, forte, a dois e entre dois. Não percas mais o embaraço, o rubor das faces... o toque sem jeito, o pé na tua perna, debaixo da mesa... não percas nao? Vá lá...

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