Hoje estou com dificuldades em deixar-te a repousar na almofada. Estou com dificuldades em deixar-te a descansar depois de uma noite agitada por estes/esses lados. Minto, hoje estou só com dificuldades em te deixar num cantinho qualquer, desligado do meu dia-a-dia, dos meus passos, dos meus pensamentos, dos meus olhares, das minhas saudades, dos meus amores, até dos meus desejos.
Hoje sais-me em suores pelo corpo todo, respiro-te em qualquer esquina porque me espreitas em todas elas, toco-te pelos papeis em cima da secretária com visões de mensagens deixadas por acaso num cantinho qualquer do papel. Hoje diferem no tipo de papeis, outrora cadernos de estudo, livros, sebentas e tropeçava-te enquanto estudava e então sorria. Agora papeis espalhados na secretária do trabalho.
E vou pela calçada até casa, a contar os passos para me manter ocupada e não contar as vezes que penso em ti hoje. Jogo a pequenos jogos de criança, ultrapassados, sem sentido, infantilidades, só para não ter que contar a centésima vez que hoje me sopraste qualquer coisa para dentro da barriga, e sinto cociguinhas como se fosse ainda ontem, aquele ONTEM em letras grandes.
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